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Gratidão realmente faz diferença?

Atualizado: 12 de jul. de 2023

Livros de autoajuda e vídeos motivacionais sempre enfatizam a importância da gratidão. Em todas as culturas e épocas, a gratidão foi considerada um aspecto fundamental e desejável da personalidade humana e da vida em sociedade. Mas afinal, o que realmente significa ser grato? A gratidão pode realmente nos tornar mais felizes? O que a ciência tem a dizer sobre isso?


Não existe uma definição simples para o significado da palavra gratidão. Ela já foi conceituada como uma emoção, uma atitude, uma virtude moral, um hábito e até mesmo como uma resposta às adversidades. A palavra gratidão deriva da raiz latina "gratia", que significa graça, graciosidade ou gratidão. Embora diversas experiências de vida possam despertar sentimentos de gratidão, esse sentimento surge da percepção individual de uma consequência positiva. Assim, a gratidão é uma avaliação do ganho juntamente com o reconhecimento de que outra pessoa (ou coisa) é responsável por esse ganho. Mas, afinal, em que medida esse sentimento pode realmente fazer diferença em nossas vidas?


Uma pesquisa conduzida por especialistas da Universidade da Califórnia e da Universidade de Miami dividiu as pessoas em três grupos diferentes:

  1. Um grupo que mantinha um diário das coisas pelas quais eram gratas durante a semana,

  2. Outro grupo que anotava as irritações diárias ou eventos desagradáveis, e

  3. Um terceiro grupo que registrava situações e eventos cotidianos sem ênfase emocional positiva ou negativa.

O grupo que praticava a gratidão relatou sentir-se mais otimista e positivo em relação à vida do que os outros grupos. Além disso, eles eram mais ativos fisicamente e realizaram menos consultas médicas em comparação com aqueles que escreviam apenas sobre experiências negativas¹.


A verdade é que focar nos aspectos positivos e cultivar a gratidão pode melhorar a qualidade do sono, reduzir os sentimentos de ansiedade e depressão, e trazer benefícios para a saúde mental e física. Pessoas que sentem gratidão com frequência também relatam estar de bom humor, sentir-se menos cansadas e ter menos problemas de saúde.


Existe uma explicação neurológica para isso. Sentir gratidão ativa áreas do cérebro associadas à sensação de prazer e empatia, funcionando como um alívio para o estresse. A gratidão afeta o funcionamento do cérebro em um nível químico e sua prática promove sentimentos de autoestima e compaixão pelos outros. E tem mais! As pessoas que anotaram diariamente situações pelas quais eram gratas também se mostraram mais propensas a ajudar os outros, indicando que a gratidão pode gerar uma motivação pró-social.

As situações que despertam a gratidão não precisam ser grandiosas. Não é necessário ganhar na loteria ou em um sorteio nas redes sociais. A gentileza de alguém (como segurar a porta para você passar ou oferecer-se para segurar sua bolsa no ônibus) já oferece uma oportunidade para exercitar a gratidão. Até mesmo a presença de pessoas queridas em sua vida pode ser motivo para sentir-se grato. Não se trata apenas do que acontece, mas sim da sua consciência e reconhecimento dessas coisas. O que passa despercebido, ainda que seja bom, não produz o mesmo efeito.

Aqui vão algumas dicas para ajudá-lo a praticar a gratidão:


1. Mantenha um diário diário das coisas pelas quais você é grato - liste pelo menos três. Os melhores momentos para escrever em seu diário são de manhã, quando o dia começa, ou à noite, antes de dormir. 2. Faça questão de expressar diariamente às pessoas importantes em sua vida o que você aprecia nelas. 3. Quando você se olhar no espelho, reflita sobre uma qualidade que você gosta em si mesmo ou em algo que você conquistou recentemente.

Portanto, pegue um caderninho e dedique-se a escrever por algumas semanas, no final do dia, três coisas pelas quais você é grato. Você pode escrever sobre coisas boas que aconteceram com você, características positivas das pessoas com quem convive e até mesmo suas próprias qualidades positivas. Experimente a gratidão e desfrute de uma vida melhor!

Referências: 1- Emmons, R. A., & McCullough, M. E. (2003). Counting blessings versus burdens: An experimental investigation of gratitude and subjective well-being in daily life. Journal of Personality and Social Psychology, 84(2), 377–389. 2- Ng, M.-Y., & Wong, W.-S. (2012). The differential effects of gratitude and sleep on psychological distress in patients with chronic pain. Journal of Health Psychology, 18(2), 263–271. 3- Kini, P., Wong, J., McInnis, S., Gabana, N., & Brown, J. W. (2016). The effects of gratitude expression on neural activity. NeuroImage, 128, 1–10.



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