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Foto do escritorAline Arantes

Você não aprendeu a reconhecer emoções e sentimentos. Aprenda agora


















Ah, sentimentos! Essa é uma palavra que evoca algo abstrato e é responsável por tornar a vida boa ou ruim. Nossa visão sobre a qualidade de vida depende, em grande parte, de como nos sentimos e com que intensidade experimentamos esses sentimentos. Sentir é uma experiência que nos envolve, nos faz discutir, questionar e até mesmo duvidar. Nossos sentimentos influenciam nossos pensamentos, ações e interpretações das situações ao nosso redor. Todos nós, como seres humanos, vivenciamos e estamos suscetíveis aos sentimentos e suas consequências. É por isso que as emoções e sentimentos são amplamente estudados em diversas áreas e contextos, fazendo parte da vida de todos nós.


No geral, fora do ambiente acadêmico, as emoções e os sentimentos são frequentemente considerados sinônimos. No entanto, no campo das Neurociências, há uma diferenciação entre esses termos. Quando nos deparamos com uma situação potencialmente perigosa, por exemplo, nosso corpo e cérebro passam por várias alterações para lidar com essa situação. Milhares de substâncias são liberadas. É preciso reagir! Provavelmente, nesse exemplo, você sentirá medo. Essa é a sua emoção. Portanto, para aqueles que estudam o cérebro, emoções são as mudanças fisiológicas que ocorrem nos primeiros milissegundos da percepção de uma situação captada pelos nossos sentidos.


E quanto aos sentimentos? Bem, os sentimentos são os nomes que damos ao que sentimos. No momento em que percebemos nosso corpo e interpretamos a situação, conseguimos identificar que estamos sentindo medo, insegurança, amor, esperança, gratidão, entre vários outros sentimentos possíveis. Portanto, o que sentimos é influenciado pela interpretação que fazemos daquela situação. Por exemplo, se nosso chefe diz que precisa conversar conosco, nosso sentimento estará alinhado com nossa percepção de se isso é algo bom ou ruim.


Às vezes, sabemos exatamente como nos sentimos: ficamos com raiva por uma resposta indevida que recebemos, entristecidos por uma perda ou com medo de um desafio iminente. Nessas ocasiões, conseguimos expressar nossos sentimentos de forma precisa e diferenciada (situações diferentes proporcionam sentimentos diferentes). Reconhecer como nos sentimos nos ajuda a compreender o significado daquela situação para nós, indica o que devemos fazer em seguida (se é que devemos fazer algo) e pode até mesmo mudar nossa percepção emocional. No entanto, em outras ocasiões, nossos sentimentos se tornam uma confusão desesperadora. Nesses momentos, descrevemos nossos sentimentos de maneira geral, como agradáveis ou desagradáveis, o que pode representar uma desvantagem.


As pessoas possuem habilidades diferentes para reconhecer seus próprios sentimentos. Existem aquelas que conseguem identificar várias emoções diferentes, como alegria, tristeza, entusiasmo, tédio, apatia, serenidade, gratidão e confiança, enquanto outras classificam suas emoções como "agradáveis" e "desagradáveis". Em um estudo1, descobriu-se que indivíduos que reconhecem melhor suas emoções desagradáveis também tinham maior capacidade de regular suas emoções. A diferenciação das emoções negativas estava associada a uma melhor regulação emocional, especialmente quando a intensidade aumentava.


E como podemos aprender a reconhecer nossos sentimentos e emoções? Primeiramente, tenha em mente que você pode experimentar várias emoções simultaneamente, e elas podem ter diferentes intensidades e polaridades. As emoções podem ser classificadas como positivas ou negativas, assim como ter uma alta ou baixa intensidade. Ao perceber qualquer sinal de emoção, tente parar o que está fazendo e identificar quaisquer alterações em seu corpo. Onde você sente essa emoção em seu corpo? Observe atentamente sua respiração e seus músculos. Qual é o primeiro sentimento que vem à sua mente? Qual é a intensidade desse sentimento? Ele é agradável ou desagradável? Quais palavras semelhantes você poderia usar para descrevê-lo? Depois de encontrar algumas palavras, reflita sobre o significado delas e, se necessário, consulte um dicionário. A partir disso, tente aceitar suas emoções no momento e lembre-se de que elas são passageiras. Isso pode ser um ponto de partida para você conseguir identificar e diferenciar seus sentimentos de forma específica. Como diz o ditado, dê nome aos bois!


Quanto maior for a habilidade de diferenciar as emoções, melhor será a nossa experiência com elas, mesmo que sejam emoções desagradáveis. Essa prática auxilia no autoconhecimento e na capacidade de lidar com emoções negativas.


Confira a roda das emoções logo abaixo, ela pode dar algumas ideias!



Referências:


Barrett, L. F., Gross, J., Christensen, T. C., & Benvenuto, M. (2001). Knowing what you're feeling and knowing what to do about it: Mapping the relation between emotion differentiation and emotion regulation. Cognition & Emotion, 15(6), 713-724.



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