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Foto do escritorAline Arantes

Esqueça o que você sabe sobre personalidade



















O conceito de personalidade desperta grande interesse e discussões. Todos nós temos uma noção aproximada do que significa "personalidade". Algumas pessoas dividem essa definição em personalidade fácil ou difícil, enquanto outras procuram características mais precisas para entender como cada um funciona. E há também aqueles que usam os signos para se definirem.


De forma geral, a personalidade pode ser descrita como um padrão de como a pessoa se sente, pensa e, claro, daquilo que ela faz também. A teoria científica mais bem aceita atualmente sobre a personalidade diz o seguinte: existem cinco principais grupos de adjetivos, ou traços, que estão presentes em todas as pessoas e que, juntos, definem o que chamamos de personalidade. Vamos conhecê-los:


1. Extroversão: Refere-se à intensidade das interações sociais e ao desejo de explorar e se envolver com o ambiente. As pessoas extrovertidas costumam ser ativas, entusiasmadas, dominantes, sociáveis e comunicativas, precisando de bastante estímulo social. Por outro lado, as pessoas introvertidas tendem a ser mais reservadas, submissas e quietas, preferindo um grau menor de estímulo social.


2. Abertura: Indica o interesse por novas experiências ou a preferência por uma postura mais conservadora. Indivíduos com alta abertura costumam ser sinceros, imaginativos, espirituosos, originais e artísticos. Eles têm maior interesse pela variedade, por novas ideias e tarefas. Já aqueles com baixa abertura preferem atividades rotineiras e familiares, têm uma gama mais limitada de interesses e adotam uma postura mais conservadora e convencional.


3. Neuroticismo: Também conhecido como "instabilidade emocional", o neuroticismo está relacionado à capacidade de lidar com frustrações e controlar impulsos. Pessoas com alto neuroticismo são geralmente nervosas, altamente sensíveis, tensas e preocupadas, podendo ter uma resposta emocional desajustada diante de situações estressantes. Já as pessoas emocionalmente estáveis são mais calmas e conseguem lidar com as pressões do dia a dia de forma mais moderada e estruturada.


4. Amabilidade: Refere-se à disposição e sensibilidade em ajudar os outros ou a ter uma postura mais centrada em si mesmo. Pessoas com altos níveis de amabilidade são agradáveis, afetuosas, cooperativas e carinhosas. Por outro lado, aquelas com baixa amabilidade podem ser mais frias, menos sensíveis, voltadas para si mesmas e desconfiadas em relação aos outros.


5. Conscienciosidade: Está relacionada à persistência, força de vontade e determinação para alcançar objetivos. Pessoas conscienciosas costumam ser cautelosas, confiáveis, organizadas e responsáveis. Já aquelas com baixa conscienciosidade tendem a ser descuidadas, desorganizadas e menos confiáveis. Elas também são menos exigentes consigo mesmas em relação a obrigações e menos obstinadas em alcançar seus objetivos.


Conhecer esses cinco aspectos dos traços de personalidade pode ser muito útil para o autoconhecimento e também para melhorar os relacionamentos com outras pessoas. 


Não adianta insistir para um amigo introvertido frequentar festas e boates por muito tempo. Provavelmente, após algumas horas, ele estará exausto, louco para ir embora e até um pouco irritado. Da mesma forma, não adianta pedir para uma amiga super extrovertida participar várias vezes de um retiro espiritual em silêncio e meditação. Isso seria extremamente entediante para ela!


Se você é uma pessoa com baixa abertura, uma viagem para a Tailândia, que te tire totalmente da sua zona de conforto, pode não ser muito agradável. Por outro lado, se você adora coisas novas, uma viagem confortável para um lugar que você já conhece muito bem pode não ser interessante.


Buscar experiências que estejam de acordo com a sua forma de ser e encontrar pessoas com características semelhantes pode melhorar muito sua qualidade de vida e seus relacionamentos com família, colegas de trabalho, amigos e parceiros amorosos. Ter sabedoria para exigir de si mesmo e dos outros apenas aquilo que as pessoas são capazes de oferecer é um grande passo na jornada do autoconhecimento e na aceitação pessoal e interpessoal.


Referência: 


Benet-Martínez, V. & John, O. P. (1998). Los cinco grandes across cultures and ethnic groups: multitrait multimethod analyses of the big five in Spain and English. Journal of Personality and Social Psychology, 75(3), 729-750.

Hutz, C. S., Nunes, C. H., Silveira, A. D., Serra, J., Anton, M. & Wieczorek, L. S. (1998). O desenvolvimento de marcadores para avaliação da personalidade no modelo dos cinco grandes fatores. Psicologia: Reflexão e Crítica, 11(2), 395-411.

McCrae, R. R. (2006). O que é personalidade? Em C. Flores-Mendoza & R. Colom (Orgs.), Introdução à psicologia das diferenças individuais (pp. 203-218). Porto Alegre: Artmed.


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