Muitas vezes, quando as pessoas buscam terapia, estão presas em situações difíceis da vida, cheias de emoções intensas, pensamentos confusos, memórias dolorosas e até mesmo dores físicas. Diante dessas dificuldades, é comum perderem o contato com aquilo que dá significado e propósito à vida. Mas a boa notícia é que podemos trabalhar essas demandas e ajudar as pessoas a se reconectarem com seus próprios valores, encontrando uma nova orientação.
Valores são crenças que definem o que é mais importante para cada um de nós. Eles funcionam como guias para nossos comportamentos e tomadas de decisão. Nossos valores surgem a partir de comportamentos que tivemos e que nos beneficiaram de alguma forma. Além disso, eles nos motivam a buscar mudanças e a adotar comportamentos específicos.
Vamos pensar em um exemplo: imagine que você esteja em casa com seu filho e tenha muito trabalho para terminar, tarefas que você deixou incompletas quando estava no escritório. Nesse momento, ao perceber que seu filho precisa da sua atenção, você larga o laptop e escolhe se envolver totalmente em conversas e brincadeiras com ele. Se esse momento de conexão com a importância da paternidade despertar uma maior probabilidade de você repetir o mesmo comportamento no futuro, podemos dizer que ser um pai ou mãe presente é um valor que você tem.
Se você dá um valor alto à sua vida profissional, provavelmente não estará satisfeito se não sentir que está alcançando certo nível de sucesso nessa área. Da mesma forma, se a família é um valor importante para você, é provável que não se sinta feliz se não dedicar tempo suficiente a ela. Reconhecer os próprios valores é fundamental para vivermos de acordo com aquilo em que acreditamos.
Vamos realizar um exercício prático e considerar quatro áreas principais:
1. Trabalho/instrução: relacionado aos objetivos de carreira, aos valores ligados à busca de conhecimento e à vontade de compartilhá-lo com pessoas próximas ou com a comunidade (como fazer trabalho voluntário ou ajudar nas tarefas domésticas, por exemplo).
2. Lazer: diz respeito à forma como você vive a vida, como se diverte, quais são seus hobbies e outras atividades que você realiza no seu tempo livre (como jardinagem, costura, treinar o time de futebol do seu filho ou praticar esportes).
3. Relações: refere-se à intimidade na vida, ou seja, às relações com os filhos, a família, os amigos e os contatos sociais na comunidade.
4. Crescimento/saúde pessoal: trata-se da sua vida espiritual, seja em uma religião organizada ou em expressões pessoais de espiritualidade; também envolve exercícios, nutrição e atenção aos fatores de risco, como consumo de álcool, uso de drogas, tabagismo e excesso de peso.
Agora, vamos refletir: se você pudesse realizar todos os seus sonhos, como gostaria que cada uma dessas áreas fosse? Seus valores devem refletir a forma como você deseja viver a vida ao longo do tempo, e não apenas um objetivo específico. Por exemplo, casar pode ser um objetivo que reflita o valor de ser um parceiro afetuoso, honesto e amoroso. Acompanhar seu filho em um jogo de futebol pode ser um objetivo específico, mas ser um pai presente e interessado é um valor maior.
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